
Vaticano. Esta palavra para muitos representa compaixão, amor e carinho baseados em preceitos religiosos, em um mundo de fé para com o Senhor Jesus Cristo. Uma vida fundamentada na palavra celestial, uma vida ao lado do verdadeiro e único ser maior que todos, para, enfim, merecer a salvação eterna. Uma alegria indescritível poder conhecer o centro de todo o catolicismo.
Vaticano. Esta palavra para muitos representa domínio, submissão e atrasos humanitários baseados em mitologias. Fatos negros da história humana como a inquisição e a escravidão foram promovidos ou defendidos pelo catolicismo durante anos a fio. Avanços científicos freados durante toda a Idade das Trevas. Uma necessidade histórica e social conhecer o centro de todo o catolicismo.
O fato de ser ateu, de não acreditar em deuses ou seres mitológicos não me impediria de estar em plena Roma e visitar o Vaticano. Devemos ao futuro da humanidade, aprender com os erros e acertos do passado que vieram a influenciar e moldar o nosso presente. A história foi registrada e para evoluir, temos de tentar entender de que forma chegamos onde estamos. Assim, ver com meus próprios olhos a grandiosidade e o poder da Santa Sé era uma obrigação.
A Basílica de São Pedro
A Basílica de São Pedro é um símbolo de peregrinação diária, construída entre os anos de 1506 e 1626. Entrei em uma longa fila que acompanhava as colunas que circundam a Basílica, entretanto o tempo de espera me pareceu curto baseado no tamanho que a fila representava. Durante a espera pude observar a enormidade da fachada da Basílica. Um templo merecedor da história de uma das maiores religiões monoteísta que já existiu. Chegando à entrada de São Pedro, uma pequena revista e entrei. Sem custos. Um verdadeiro milagre ao se falar em igrejas!
Não tenho fotos da minha expressão logo na entrada, mas acredito que meu queixo deveria estar bem caído. É de surpreender a beleza, imensidão e riqueza estampada em cada detalhe de todo o interior da Basílica de São Pedro. São tantos os detalhes. Da arquitetura às pinturas, das esculturas às tumbas, do mármore ao ouro (muito ouro), tudo com uma sacra trilha sonora. A mente, de início, não consegue compreender e processar todas as informações ali existentes.
A grandeza da engenharia e arquitetura interna foi seguramente o que mais me impressionou. Não sou engenheiro ou arquiteto, mas certamente na época da construção não era nada simples executar tais formações de colunas e naves. Do chão ao teto, alturas médias de 46 metros. Somente os melhores poderiam fazer. E faziam, pois eram muito bem pagos pela Santa Igreja, com dinheiro surripiado de fiéis, cegos em suas crenças. Sorte nossa que este tipo de situação onde a massa obedece irracionalmente delírios mitológicos com cunho financeiro não mais acontece. Ainda bem!
Além da arquitetura, o ouro transluz de forma permanente em todos os 23 mil metros quadrados da Basílica. Nas colunas, nas paredes e nos tetos. Brilha como a riqueza e o poder da Santa Sé. As pinturas individuais ou em mosaico são belíssimas e valem a atenção prestada. De mesmo modo, as suntuosas esculturas dos mais variados artistas. E há, ainda, as tumbas de papas, reis e cardeais que de uma ou outra forma contribuíram em grande escala financeira, política ou religiosa com os intuitos do Vaticano.
E o Altar Papal! Uma estrutura de bronze com quatro colunas lindamente arquitetadas que sobem a 30 metros de altura bem abaixo da cúpula da Basílica, toda ornamentada. Esta, representando a maior altura de São Pedro – 136,57 metros do chão até o topo da cruz localizada no exterior. Dali, o Papa pode celebrar uma missa para até 60 mil devotos presentes. É muita gente!
Posteriormente ingressamos às Grutas, local este onde descansam os restos mortais de vários Papas. Ali, segundo a crença católica, o primeiro Papa, São Pedro, um dos Doze Apóstolos, tem seus restos mortais em pleno descanso, sendo a principal “atração” dentre tantos outros. O que chama a atenção são as esculturas em mármore delineadas sobre as “linhas do corpo”, demonstrando com perfeição as características de cada Papa. Assim, chega ao fim a visita à Basílica de São Pedro. Sem dúvida, um momento que não esquecerei por toda minha vida.
Devemos analisar os prós e contras de uma instituição de tamanha representação social, política e cultural como é a Igreja Católica. E, nesse ínterim, todo o Cristianismo, Islamismo, etc. A sociedade, para evoluir, deve romper as amarras religiosas que lhe submete situações conservadoras. Não podemos, de modo algum, aceitar interferências religiosas nos ditames sociais e políticos em nossa coletividade. A imposição a toda a sociedade, de regramentos e dogmas de qualquer religião em específico fere a laicidade do Estado. Assim, conhecer com meus próprios olhos todo o poder da Santa Sé ficará gravado em minha memória como um momento único de apreciação histórica e entendimento de mundo.
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É muito interessante ler sobre as observações que uma pessoa que não segue a religião faz ao entrar em um espaço dominado pelo catolicismo e toda a sua história. É um local que vai além da religião, que conta história e muita arte para todos os lados e como tudo está interligado e afastado ao mesmo tempo. Muito bom!
Muito impressionante a grandiosidade dessa obra. E achei fantástico ler esse texto, pois só prova que as questões históricas vão muito além de religião. E reforçou um pensamento meu: se tiver oportunidade, vá ao Vaticano!
Logo que comecei a ler o texto já achei super interessante a abordagem a respeito da visão objetiva que um ateu tem sobre a igreja católica. Na maioria das vezes os fiéis se mantém atrás do véu da ilusão e não enxergam com clareza a diferença entre fé e alienação.