
Viajar por Portugal é visitar um autêntico museu vivo da azulejaria. Mas é no Porto, no “Passear e azulejar”, um tour realizado pela Rita Branco do blog “O Porto Encanta” e pela ceramista Ninoska Trillo que se pode conhecer de forma única toda a sua história e evolução técnica, que passaram do artesanal ao industrial sem nunca deixar de ter uma característica manual e artística. E mais: pintar o seu próprio azulejo!
Os primeiros azulejos chegaram em Portugal no século XV, quando o rei D. Manuel I, regressou de uma viagem a Espanha completamente deslumbrado com o brilho dos azulejos que cobriam as paredes do Castelo de Alhambra. O deslumbre foi tanto, que o rei não pensou duas vezes em importar 10.146 azulejos mudéjares para a decoração do Palácio Nacional de Sintra. Só isso rei?
De lá para cá, os azulejos adquiriram diferentes particularidades entre si e tornaram-se mais do que simples elemento decorativo. Tornaram-se um elemento identificativo da cultura portuguesa e símbolo de grande expressão artística nacional. É impossível falar de Portugal e não o associar aos azulejos. Ambos são quase sinônimos.
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Essa é apenas uma pincelada do que está por vir. Depois de passear e azulejar pelo Porto, nenhum azulejo ficará indiferente aos seus olhos. Duvida?
Passear
Do século XV a XX, muitos artesões desenvolveram, a partir da técnica mourasisca outras formas de produzir azulejos, simplificando-a e adaptando-a aos padrões de gosto ocidental.
Os primeiros azulejos usados em Portugal, os Hispano Mouriscos, vieram nos finais do século XV de Sevilha direto para as paredes dos palácios. Esta técnica, resultado da mistura cultural entre os mundos árabe e ibérico, caracteriza-se por uma decoração geométrica e vegetalista, pois utilizava desenhos simétricos ou de plantas e folhagens.
Por conta da alta procura de azulejos portugueses, no século XIX, surge a técnica de estampilha, a qual baseia-se na passagem de um pincel sobre os espaços vazios de uma ou mais molduras. Simples e perfeitamente possível de manter o efeito decorativo do azulejo pintado manualmente.
Mas foi em pleno século XX, que os azulejos invadiram espaços públicos. As paredes das estações de trem e metrô foram cobertas de painéis assinados por artistas consagrados. O maior e mais popular do país – sem sombra de dúvidas – é a Estação de São Bento do Porto. São 20 mil azulejos pintados, assinados por Jorge Colaço que ilustram a evolução dos transportes por ordem cronológica e fatos históricos da vida portuguesa, como o torneio de Arcos de Valdeves, a entrada solene de D. João I no Porto com a sua noiva D. Filipa de Lencastre, o cumprimento da palavra de Egas Moniz, entre outros. Aqui, a gente entende o deslumbre do rei D. Manuel I!
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Azulejar
Há duas possibilidades: pintar o azulejo com a técnica Majólica (pintura livre) e Estampilha (pintura com moldes). Independente da escolha, o importante é dar leveza a mão que segura o pincel e passá-lo sobre o azulejo sem medo do resultado final.
A experiência “Passear e azulejar” foi um convite da Rita Branco do blog O Porto Encanta, mas as experiências relatadas são todinhas pessoais.
Onde: Porto
Quando: todos os dias
Com quem: O Porto Encanta
Quanto: 35€ (tour, workshop e uma taça de vinho do Porto)
Tempo: 3:00h
Contato: oportoencanta@gmail.com | +351 964 062 130
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