Quando se fala em Melgaço, naturalmente pensamos em Alvarinho e Lampreia, mas se tratando de uma terra tipicamente minhota, não há como associar um destino, tão rico em natureza e história, apenas ao vinho e ao peixe.
Localizada no Alto Minho, na fronteira com a Espanha, Melgaço está integrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês, tem um patrimônio valioso com vestígios desde a pré-história, aldeias históricas, paisagens naturais exóticas… ou seja, é um destino de turismo de natureza e aventura, indispensável! Não é à toa que é considerado um dos destinos mais radicais de Portugal.
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Viajar para Melgaço: roteiro, dicas e informações
Como chegar em Melgaço
A forma mais prática e rápida de chegar em Melgaço é de carro, ainda mais se pretende visitar as várias atrações que ficam em volta da vila, como a aldeia de Castro de Laboreiro e as Portas de Lamas de Bouro, no Parque Nacional Peneda Gerês.
Não sendo o carro uma opção, existem algumas alternativas de transporte público: a Auto Viação do Minho tem um expresso desde o Porto, que passa por Ponte de Lima e Viana do Castelo. A AVIC tem ônibus regulares que ligam Melgaço e Castro Laboreiro a Monção e Viana do Castelo. É questão de se organizar com as datas e horários!
Quando viajar para Melgaço
Qualquer dia é dia de visitar Melgaço, ainda mais para quem é adepto a esportes radicais. No entanto, em dias de festivais e eventos típicos, a cidade ganha várias atrações a mais, tornando-se muito mais interessante e com muito mais o que ver e fazer.
A vila raiana, ao longo do ano, não vive só de Alvarinho e, além da famosa esta do Alvarinho e do Fumeiro, há muito mais:
Nos primeiros meses do ano; Lampreia do Rio Minho – Lampreia, mais conhecida como a cobra do rio, é um peixe estranho, esquisito e detestável para muitos. Mas é daqueles pratos exóticos que tem de experimentar, pelo menos, uma vez na vida. No Lampreia do Rio Minho vários restaurantes preparam pratos especiais com este peixe, típico do Rio Minho.
Maio: Melgaço Alvarinho Trail – para os adeptos de corrida na natureza, há um trail que passa por cima e por baixo de montanhas, moinhos, pontes, regatos…
Junho: Pegada Zero e Jornadas de Turismo de Natureza – com o intuito de fortalecer Melgaço como o destino de aventura mais radical de Portugal, a cidade prepara uma série de atividades para quem gosta de se aventurar em contato com a natureza.
Abril: Festa do Alvarinho e do Fumeiro – uma das grandes feiras gastronômicas nacionais, onde os produtos de fumeiro da região e os sublimes vinho verde da casta de Alvarinho são os anfitriões da festa.
Corpo de Deus: 60 dias após a Páscoa, o centro da vila de Melgaço fica enfeitado com os mais lindos tapetes de flores.
Junho: Marchas de São João – engana-se quem pensa que o São João só acontece no Porto. Em Melgaço, na noite de São João as ruas e ruelas da cidade se enchem de cor, folclore e alegria.
Agosto: Melgaço em Festa é a grande festa da vila e, como já é de se esperar, a festa tem um programa bem eclético que vai desde o Festival internacional de Folclore, mercado medieval, shows por todos os lados ao festival de cinema Filmes do Homem.
Novembro: Festa do Espumante – se acha beber Vinho Alvarinho já é bom é porque nunca experimentou o Espumante de Alvarinho. Vários produtores de espumante, reunidos num só lugar, numa festa que além de música e animação tem espumante de toda a região para degustação.
Quanto tempo ficar em Melgaço
Melgaço é uma pequena vila e, certamente, um dia é suficiente para visitar todos os monumentos do centro histórico. No entanto, se o objetivo é explorar Castro de Laboreiro e o Parque Nacional da Peneda-Gerês, visitar uma quinta produtora de Vinho Alvarinho, relaxar nas termas e até mesmo se aventurar na natureza, praticando esportes radicais… terá de organizar um roteiro de viagem com, pelo menos, dois ou três dias.
Onde ficar em Melgaço
Há duas opções de hospedagens em Melgaço: no centro histórico ou nos arredores da vila, sendo a vila de Castro Laboreiro e a de Lamas de Bouro os melhores lugares para quem vai para Melgaço com o objetivo de estar 100% em contato com a natureza e praticar esportes radicais.
Vai para Melgaço durante a Festa do Alvarinho e do Feiro? Neste período, não há hipótese, as hospedagens esgotam-se rapidamente. Portanto reservem onde ficar em Melgaço o mais rápido que puder!
O que ver e fazer em Melgaço
Castro de laboreiro
Há várias vilas e aldeias ao redor de Melgaço, mas é em Castro de Laboreiro, há mais de 1000m de altitude, que encontramos um modo de viver muito peculiar, onde muitas das tradições, ainda, se encontram intactas.
Em Castro de Laboreiro, a população, pelas condições climáticas, foi forçada a criar três tipos de ocupação: i) a permanente, lugares fixos – zona abrigada, habitada durante todo o ano; ii) as inverneiras – zonas escondidas nas encostas, habitadas no inverno; e iii) as brandas – zonas em planalto, habitadas no verão.
Apesar dos tempos modernos ter melhorado a qualidade de vida da população de Castro de Laboreiro, ainda há cinco famílias que, em função da época do ano, mudam de casa, para atender às necessidades da agricultura e do gado.
Núcleo Museológico de Castro de Laboreiro
Castro Laboreiro transformou uma antiga fábrica de chocolates no seu Núcleo Museológico onde a etnografia castreja, trajes, usos e costumes contam o que foi a vila em outros tempos. As informações, mais detalhadas, sobre as ocupações em diferentes épocas do ano, estão todas lá e não é só! Junto ao Núcleo Museológico está uma casa de habitação permanente. É a melhor forma de voltar ao tempo e entender melhor, como a população de Castro de Laboreiro vivia.
Igreja de Castro de Laboreiro
A Igreja Matriz de Castro Laboreiro é um grande exemplo de construção pré-românica e tem, como curiosidade, um relógio de sol no pináculo sul. Junto da igreja, tem ainda um pelourinho do século XVI que testemunha a construção castreja, tão típica da vila.
Ponte Velha
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Pontes para que te quero? Cercada por diversos cursos de água, não podiam faltar, na paisagem genuína de Castro de Laboreiro, um conjunto de pontes que são, na verdade, uma herança do período românico e medieval. No centro da vila há a Ponte Velha, mas ao redor há muitas outras como a Ponte da Cainheiras, a Ponte da Dorna e a Ponte da Capela. Há até um trilho que tem como objetivo passar por todas as pontes!
Portas Lamas de Bouro
No Parque Nacional da Peneda-Gerês, há cinco portas, sendo a Portas de Lamas de Mouro a de Melgaço. Inaugurada em 2004, as Portas de Lamas de Mouro é um espaço privilegiado que permite um contato, mais próximo e detalhista, com quem deseja uma aula introdutória sobre a história, a cultura e os lugares da vila.
Aqui, é o ponto de referência é o Centro Pedagógico que é, na verdade, um Posto de Turismo Interativo com uma excelente infraestrutura. Além de mapas e folders, há painéis interativos, jogos e visita virtual através da tecnologia de realidade aumentada.
Ao redor do centro, ainda há parque de campismo, diversos lugares para fazer piquenique, o Santuário da Peneda e toda a envolvência única do único Parque Natural do país.
Castelo de Melgaço
Classificado como Monumento Nacional o Castelo de Melgaço se resume numa cerca defensiva, um circuito muralhado e a Torre de Menagem onde há o Núcleo Museológico com espaços dedicados à história, arqueologia e etnografia de Melgaço.
Acredita-se que o castelo teria sido construído por volta de 1170, no reinado de D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal. Por fazer fronteira com a Espanha e, sendo um importante centro de trocas comerciais, o castelo foi edificado para reforçar a proteção não só para proteger Melgaço, mas todo o Alto Minho.
Museu do Cinema
Para os apaixonados por cinema, há em Melgaço um museu da sétima arte! O Museu do Cinema é um presente do falecido cineasta francês Jean Loup Passek que, se apaixonou pela vila, desde a primeira vez que nela pisou.
Inaugurado em 2005, em pleno centro da vila, o museu expõe a coleção pessoal do cineasta e outras coleções que vão alterando conforme o ano. Por aqui, podemos percorrer a história do cinema através de peças únicas, desde o tempo das lanternas mágicas até às salas de cinema modernas.
Rafiting no Rio Minho
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Melgaço não tem só Alvarinho e lampreia, tem também atividades radicais em belas paisagens naturais. Uma delas é o rafting no rio Minho, o único da Península Ibérica onde é possível fazer esta atividade durante todo o ano.
Com um fato neoprene, colete salva-vidas e capacete de segurança não há como temer as águas do rio Minho. Segundo diz a lenda: o bote insuflável da Melgaço Radical nunca virou, portanto… além de levar com uns “pingos” de água, não há o que temer e sim aventurar-se numa experiência que atribui a Melgaço, o título de Capital Ibérica do Rafiting.
Remar com intensidade, gritar de adrenalina, vencer os obstáculos do rio e se divertir… Ao fim do percurso, com o barulho dos passarinhos e com vista para a serra que envolve toda a paisagem, apenas uma pergunta: “quando vamos repetir?”.
Quinta do Soalheiro
Em terra de Alvarinho, a nobre casta branca que tornou o vinho verde da região um autêntico cartão-de-visita de Melgaço, não há quinta melhor do que a Quinta do Soalheiro para fazer as honras da casa.
A Quinta de Soalheiro, fundada em 1982, é a primeira marca de Alvarinho de Melgaço, com várias medalhas que comprovam a alta qualidade dos seus vinhos.
Aqui, provar Vinho Alvarinho é sempre no plural, pois entre os Soalheiros Clássico, Primeiras Vinhas, Reserva, Espumante bruto, Terramatter, Nature e Dócil, as vivências gustativas são bem diferenciadas. É necessário provar calmamente, taça por taça, para sentir todas as componentes que tornam cada vinho Alvarinho, da Quinta do Soalheiro, único no paladar. Aqui, a dificuldade está apenas, em escolher o Alvarinho preferido.
Queijaria Prados de Melgaço
Na queijaria Prados de Melgaço, os queijos são feitos de maneira natural, sustentável e com muito respeito belo bem-estar dos animais. Aqui, as cabras murciana-granadina e alpina ouvem música clássica e são massajadas por um dispositivo relaxante que além de contribui para a produção do leite, influencia no sabor e na qualidade do queijo. E que queijo!
A queijaria produz artesanalmente seis tipos de queijo, mas o que mais se destaca é o de cura longa maturado em pasta de pimentão e vinho Alvarinho. Como já é de se imaginar, na visita a queijaria há prova de queijos mas, em caso de saudade, é possível encontrar os queijos à venda em mercearias e lojas de produtos típicos em Melgaço, Porto, Lisboa e, como é óbvio, na própria queijaria.
Gastronomia de Melgaço
Melgaço tem uma gastronomia de encher olhos e barriga. Aqui, provar um cabrito assado e – a lampreia para os mais ousados é indispensável. Mas, não havendo cabrito, há sempre vitela, nas suas mais variadas versões, sempre acompanhada de batata, arroz e salada. E para acompanhar? Vinho Alvarinho, não há outra hipótese!
O que mais há em Melgaço?
- Santuário da Peneda
- Branda da Aveleira
- Branda dos Portos
- Passeio de jipe no Planalto de Castro Laboreiro
- Subida ao Castelo de Castro Laboreiro
- Descoberta das pontes romanas
- Canyoning no Rio Laboreiro
- Percurso pedestre “Trilho das Pesqueiras”
- Observação da Cabra Montês
- Nacional da Peneda-Gerês
- Espaço Memória e Fronteira
- Solar do Alvarinho
- Termas de Melgaço
Preparado para viajar para Melgaço? Me conta, vai! 😉
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A viagem para as Melgaço foi realizada a convite da Câmara Municipal de Melgaço. Todas as opiniões são verdadeiras, pessoais e baseadas em experiências reais.
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Curioso existem lugares que pelo menos uma vez na vida devemos lá ir. Vocês escrevem um excelente texto e não mencionam CEVIDE – O ponto mais a Norte de Portugal e a página N. 1 de Portugal, com imensa pena minha, mas só por isso nota negativa. Sei que não vão publicar este comentário, mas fica na vossa memória. Forte abraço.
Olá Mário! Tudo bem?
Muito obrigada pela sua dica 🙂 Fiquei bem curiosa e interessada em conhecer Cevide. Vou procurar mais informações a respeito 🙂